segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Para as mães e para os pais dos nossos meninos.

Quando chegamos à uns anos ao clube, não havia o hábito das mães (nem dos pais) ficarem a ver os treinos, ou irem assistir aos jogos. Quando dissemos que queríamos fazer uma reunião de pais, fomos olhados como se estivássemos loucos, ou pelo menos um pouco desconectados da realidade - a realidade que era a de um clube de bairro, com as suas minorias e famílias pouco participativas.

Mas não foi isso que aconteceu.

A imagem pode conter: 6 pessoasSe ao início, não foi fácil, depois o hábito começou a instalar-se. E aos poucos, foram-se criando relações entre família - equipa - comunidade. Embora ainda haja muito que fazer, as mães e os pais dos nossos meninos participam em todas as atividades de forma intensa. Podemos contar com lanches para todos quando vamos jogar fora, com apoio nos balneários e com uma claque barulhenta nas bancadas!

Este ano que passou, sentimos também o aumento da participação das mães e pais da equipa de Traquinas do clube e será um objetivo futuro alargar esta participação às equipas mais velhas, como aos Benjamins. Aqui vale a velha máxima que diz que "de pequenino é que se torce o pepino".

A imagem pode conter: 7 pessoas, pessoas a sorrirAs t-shirts amarelas que começaram pelos Traquinas, rapidamente passaram também para os pais e avós da equipa de Petizes que com orgulho vestiram a "camisola" e puseram o cachecol aos ombros! Sentem o orgulho no seu filho ou filha, mas também sentimos o grande apoio à equipa! E isso, podem não acreditar, mas vale muito para nós que estamos a treinar estas crianças.

As mães e os pais dos nossos meninos, sofrem a cada golo sofrido e marcam golos da bancada, ainda antes de a bola entrar na baliza adversária. Nós não queremos que chamem pelo nome do próprio filho, mas que incentivem todos (missão impossível quando é o nosso pequeno que está a correr para apanhar uma bola, ou "distraído" em campo). E pedem mais e mais a cada jogo! Claro que todos querem ganhar, mas aqui relembro (falamos disso com as crianças e com os pais) que o que importa é darmos todos o nosso melhor, trabalharmos em equipa e respeitarmos os outros, não o resultado do jogo em si. Nas derrotas aprende-se tanto ou mais do que nas vitórias. Não queremos meninos a chorar porque perdemos, nem tão-pouco pais a criticar os filhos de forma negativa. Queremos sempre que nos acompanhem no incentivo pela positiva, que oiçam e compreendam os filhos quando vão tristes com a derrota (sim eles ficam tristes às vezes, é normal e não faz mal), mas que depois de os escutarem lhes dêem uma palavra de incentivo, que lhes digam o que viram de positivo na prestação do filho (pode ser qualquer coisa, um passe, uma boa atitude para com outro colega...).

Eu, aqui deixo a minha opinião, estamos a trabalhar com uma faixa etária muito complexa e tão importante ao nível do crescimento e do desenvolvimento, que temos de ter muito cuidado com tudo o que fazemos e dizemos. Nem sempre nos "portamos" bem como adultos que devemos ser. Também nós, sejamos treinadores, pais ou mães, temos as nossas frustrações. Aprendemos a cada treino e a cada jogo, melhoramos a cada ano e, sobretudo, sabemos que somos para os mais pequenos um modelo que seguem mais do que ouvem.



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