sábado, 5 de outubro de 2019

Importância do desporto

A educação fisico-motora é "fundamental para o desenvolvimento global do aluno, na valorização da motricidade com estimulação das capacidades, construção e aperfeiçoamento das aptidões".

Sendo esta uma página dedicada a um grupo de crianças que praticam futsal, nunca é demais reforçar a importância da prática desportiva no crescimento e no desenvolvimento das crianças deste bastante cedo. É verdade que no 1º ciclo existem programas de educação física implantados nas escolas, não é menos verdade que muitos desses programas não passam muitas vezes de atividades extra-curriculares, não obrigatórias e às quais não são dadas a mesma importância das outras disciplinas.
" As disciplinas em vez de serem valorizadas pelo seu contributo no efeito do conjunto, são percecionadas individualmente e julgadas cada uma por si para serem dispostas numa escala hierárquica"

Se podemos complementar com a inscrição das crianças em equipas de futebol, futsal, ginástica ou defesa pessoal entre outras, a escola devia também ter em conta o papel da motricidade, do movimento, do jogo, no crescimento e desenvolvimento de competências na criança que mais tarde, no 2º ciclo não serão já adquiridas da mesma forma. "A escola em vez de proporcionar o encontro com a pedagogia das atividades físicas, tem promovido, na maioria dos casos, a anti-pedagogia das atividades físicas, já que em sua substituição é colocada a aprendizagem do ficar quieto". Salvo algumas exceções e que são muito poucas, as criança têm de estar sentadas e quietas nas horas que passam na escoal. Mesmo os recreios, não são muitas vezes habilitados para que as crianças brinquem de forma ativa.

Eu tenho por experiência própria, na medida em que dou formação em várias escolas do distrito de Lisboa e Setúbal, que em algumas escolas os meninos não podem jogar à bola nos recreios, não têm cordas, arcos, para que possam inventar brincadeiras, saltar à corda ou desenhar um jogo da macaca. A resposta muitas das vezes é que "a direção não deixa", "somos poucas para estarmos a brincar com eles". Nas ações de formção ministradas e nas sessões com estas auxiliares, tento (e sei que as minhas colegas fazem o mesmo) capacitar estas pessoas com instrumentos que lhes permitam promover a animação dos recreios e dos tempos não letivos. A maior dificuldade prende-se com a vontade de mudar. Poucas são as que mudam as suas atitudes e melhoram a sua ação educativa. Nas avaliações ou em conversas informais, é-me muitas vezes dito que não o vão fazer. O papel que desempenham é de vigilantes, quando devia ser um papel ativo na transmissão por exemplo, de jogos tradicionais.

No entanto, se na escola não há a mentalidade vinda de cima (diretores, professores...) da importância do brincar livre, dos jogos desportivos e do desenvolvimento das habilidades fisico motoras, como se pode pedir que sejam as auxiliares a criar esses hábitos? É uma difícil mudança de mentalidades que deveria começar desde muito cedo, ainda na creche, e adequada à faixa etária da criança.

O nosso papel, e o meu em particular como educadora de infância e uma das pessoas responsáveis pela organização dos treinos, tentamos promover o desporto, através de treinos e de encontros com outras equipas, desenvolvendo a motricidade global, as capacidades e habilidades desportivas e a socialização da criança.


Bibliografia:
- Manual de Educação Física, 1º Ciclo do Ensino Básico, Desporto escolar;